terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vertigem

Part II


Eles seguem sem trocar uma só palavra. Ele mantém as perguntas para si, ela prefere que ele nunca as faça.

O tempo continua ruim, a chuva dá trégua, mas não para. O trânsito novamente não colabora, então ele decide pegar um desvio. Uma estrada secundária, uma estrada que possui mais perguntas do que respostas, a estrada que ele precisa nesse momento.


- Por que parece que sei onde estou indo? Inferno! Trocaria essa maldita noite de novembro por uma simples ressaca! O que foi que aconteceu?


A visão daquela noite não deixa sua cabeça. Nunca deixou, talvez nunca o deixe em paz. Por que tudo está dessa maneira? No bolso de seu casaco, uma pista por descobrir. Uma carta de baralho. Um jogo? Uma noitada? Nada ainda. Apenas uma carta de baralho.

Um Ás? Não, seria fácil demais. Talvez fosse mais fácil tentar entender. Mas por quê? Por que um 3 de paus?


Ela não se contem, vira-se e quase sussurra: Você demorou...

Ele sem tirar o olhar da estrada nem por um segundo: Não. Meu tempo apenas não passou tão devagar quanto o seu.


As luzes dos postes passam e ela sabe que está segura com ele. Ao menos por enquanto.

Eles já estão rodando faz quase uma hora, a estrada está deserta. Mas para onde leva?

Ele ainda não sabe para onde está indo. Ela, cada vez mais nervosa, pois já tem certeza que aquele velho armazém os espera.


A noite é longa e os olhos cansados pesam demais. Tanto quanto suas consciências. Eles precisam parar um pouco.

Um motel de beira de estrada. Estranho, desta vez nada parece familiar.

Nem mesmo o letreiro com luzes queimadas ou a entrada de brita com marcas de pneu.


Ele para o carro. A luz da varanda ilumina quando seu pé toca o chão, após abrir a porta.

Por um segundo esse feixe de luz mostra um detalhe não visto, um respingo de sangue em seu sapato.





Continua...



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Obrigado ao Roger pela oportunidade de colaborar! Vertigeeeeem!

Um abraço pra ele e pra quem ler, e um beijo pra Aline. Há, Amo vc, mor! :P

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