quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Será?


Será que o céu finalmente resolveu sorrir para mim?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sonho de liberdade.

Lá estava ele atrás de uma pilha de formulários, contratos e mais um monte de coisas que talvez nem ele saberia explicar, tudo entulhando a sua mesa, espremida entre biombos, com pessoas por todos os lados, uns afoitos e outros simplesmente jogando paciência. Estava lá, com o seu dia igual aos outros, desistindo de se perguntar o que fazia alí pois já tinha se conformado.

Então ele resolve olhar para a tela do computador pela falta do que fazer (na verdade pelo excesso, mas não do que ele gostaria de estar fazendo) resolveu abrir seu Facebook, já que não o fazia a meses por conta do seu esconderijo entre montanhas de documentos. Ficou observando, como as pessoas socializavam por ali com tamanha intensidade que talvez jamais conseguiria acompanhar e entre cliques observa gente reclamando a falta de homem, gente reclamando a falta de mulher, gente feliz, gente triste, gente com carro novo, gente doando cachorro, gente de todos os tipos. Obviamente ele observara além dos amigos os desconhecidos também. Depois continuou a sua "web-vida", pesquisando as coisas que as pessoas falavam umas as outras, as coisas que as pessoas diziam que viviam por aí, saídas, viagens, amores, encantos e desencantos.

De tanto observar percebeu que vivia trancado em uma enorme sala de escritório, amarrado numa mesa abarrotada de papeis que para ele eram inúteis, resolvendo a vida de desconhecidos. Além desta monotonia toda, começou a pensar em tudo que poderia fazer longe daquale lugar, viagens que deixou de fazer, noitadas e bebedeiras perdidas, novas amizades de deixou de fazer, aventuras e amores perdidos. Tudo porque estava alí, plantado tal como uma, sei lá, samambaia, que precisa de um xaxim para sobreviver. Percebendo isso, perguntou-se o que fazia ali, para ele mesmo e como resposta só encontrou vazio mesmo sabendo que fora daquele lugar existia vida, tanto fora daquele maldito escritório, quanto fora da internet. Aquelas coisas repetidas só o cansaram ao passar dos anos. Tudo o que tinha vivido durante a adolescência, a faculdade morreu quando ele largou tudo o que gostava para se tornar "alguém" na vida. Percebeu que tinha cometido uma grande crueldade com a sua "vida cheia de vida" quando tornou-se "alguém" e deixou para trás tudo o que de mais importante tinha construído, as amizades, o conhecimento das coisas novas e seus grandes amores.

Depois de pensar tudo isso, depois de passar todo o filme, ele afroxou sua gravata verde, desabotoou sua camisa xadreza, levantou-se e seguiu para o elevador e quase chegando lá surge uma baixinha, morena, de peitos grandes e olhar cansado, talvez o cansaço não fosse por trabalhar demais mas isso não vem ao caso. Ela o fitou e seus olhos cansados transformaram-se em grandes bolas de fogo e com muita raiva ela o perguntou o que ele fazia fora de sua mesa. Com sorriso no rosto e nos olhos ele respondeu:


Buscar mais alguns formulários, chefe.